"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
Platão
Esta reportagem tenta esclarecer como os terroristas do Estado Islâmico adotam
pensadores muçulmanos, tanto medievais quanto contemporâneos, para justificarem
seus ataques. É dito que, diferente do Cristianismo, que possui o Vaticano como centro
dogmático, a falta de uma ortodoxia para o Islamismo "permite" que textos canônicos e citações de intelectuais sejam interpretados de
forma radical.
Não concordo com o posicionamento do artigo, de que o Vaticano seja o centro
do Cristianismo. Ele é o centro do Catolicismo. Consequentemente,
ei de discordar que a falta de uma ortodoxia colabore com a interpretação
terrorista de princípios religiosos, mesmo porque, o repórter esqueceu de citar
pelo menos uma dezena, senão centenas, de religiões sem um dogma centralizado e
cujos fiéis não são violentos. Porém, concordo com a reportagem quando ela relaciona
a visão de líderes com a alienação de liderados, o que, do meu ponto de vista, não
exclui, ou até corrobora, a possibilidade de que a interpretação violenta seja
a correta.
Desviando: Já ouviu aquele ditado, de que a sorte é quando a preparação
encontra a oportunidade?
Voltando: Segundo este outro artigo, o professor de história da Universidade Federal da Flórida, Robert
Gellately, reúne provas em seu livro "Apoiando Hitler: Consentimento e Coerção na Alemanha Nazista" de que o povo alemão
tinha conhecimento sobre a Gestapo, os campos de
concentração e as campanhas de discriminação e perseguição. E, além disso, que
os apoiava. "Ele (Hitler) não queria subjugar os alemães, mas conquistá-los.
Para isso, polia os ideais germânicos, construía imagens populares positivas na
imprensa e manipulava fobias milenares", cita Gellately.
Quero destacar o trecho dessa reportagem que fala justamente das fobias
do povo e diz: "Frustrados com o experimento democrático da República de Weimar, – instaurada na Alemanha logo após
a I Guerra Mundial, herdando todo o peso da derrota do país na disputa,
resultando em caos econômico, social e político –, os alemães se mostraram orgulhosos ao enxergar
Hitler como um líder que conseguiu lhes devolver a sensação de segurança e
normalidade, além de combater o desemprego e a inflação."
Desviando: Pois é, concordo com você, nossa história mostra que líderes
políticos costumam ser pessoas de muita sorte.
Voltando: Você não tem a sensação de que nosso mundo está sendo preparado
para um governo global? Aqui vemos um enfoque sobre
a possibilidade de um papa tornar-se um líder mundial. Aqui, outra vez, vemos o
líder religioso sendo "elegido" por políticos da União Europeia. Neste outro link, Stephen Hawking, renomado cientista,
aponta o fato de que a evolução da tecnologia representa um risco iminente à
humanidade e que algum tipo de governo mundial seria a solução mais viável para
nos fornecer proteção. Neste discurso, Michel Temer menciona, por exemplo, que "as Nações Unidas são o foro
mais adequado para o desenvolvimento de estratégias globais contra a ameaça
terrorista". Neste outro discurso, Barack Obama apela para a paz, a fome, a segurança, a política e a
economia para justificar uma liderança mundial. Sem falar em algumas estruturas
existentes há algum tempo,
como a ONU, que desempenha um papel de liderança global, e como a centralização de dados pessoais em uma rede mundial, por exemplo. Se
essa situação não tivesse sido prevista a aproximadamente dois mil anos, eu
ficaria mais seguro em acreditar que tudo não passa de uma teoria da conspiração
hollywoodiana.
O que podemos aprender com o passado? Como identificar nossas
vulnerabilidades? Como saber se já não estamos em processo de estabelecimento
de uma liderança? Porque precisaríamos de um líder mundial? O que os "oportunistas" estão enxergando e nós não? O que responderia o povo alemão, por
exemplo, diante dessas perguntas no período do Nazismo? Eles teriam
consciência? O que fala hoje o povo norte coreano sobre seu líder e sua
liberdade? (já falei sobre a Coreia do Norte aqui). O que precisaria
ser dito, ou o que precisaríamos ver, para reconhecermos o líder correto? (também
já falei disso aqui). Nós temos
consciência do que está ocorrendo ao nosso redor?
Não ter interesse não nos torna imunes ao plano. Pelo contrário, talvez
sejamos o liderado mais fiel, daquele tipo que não faz perguntas. Não é
exatamente sobre esse assunto, mas o professor e filósofo Clóvis de Barros
Filho menciona neste vídeo o fato de que,
quando não nos interessamos, permitimos que excretem nas nossas cabeças. Ou
quem sabe, foi justamente sobre esse assunto que ele discorreu.
Quem merece ser seguido? A razão? O coração? A fé? O medo? A coragem? As
riquezas? Os homens? Deus? A quem é melhor nos entregarmos? Que tipo de futuro
produzirão cada um dos possíveis líderes? Quando não seguimos ninguém, podemos
estar marchando pelo pior tipo.
Temos que ficar mais atentos aos nossos medos, pois há quem alimente-se deles.
Eles serão a oportunidade para as pessoas preparadas, aqueles líderes de muita
sorte. Acho que você já ouviu as duas frases abaixo em algum lugar.
Apresento-as em ordem cronológica de ocorrência.
"No
amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo
supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor."
1 João 4:18
"O
medo leva à raiva, a raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento. O medo é o
caminho para o lado negro."
Mestre Yoda
Sabe qual é o medo da nossa civilização? De que nosso castelinho de
areia seja demolido. Quais são nossos limites, qual o nosso preço, o que somos
capazes de renunciar para garantir que ele permaneça de pé?