domingo, 25 de setembro de 2016

A Nova Ordem Mundial? Defina Ordem.

"Este é o fim do mundo como nós o conhecemos, e eu me sinto bem."

O artigo deste link apresenta um estudo sobre as taxas de fecundidade no Brasil. Apesar de ter sido publicado no ano de 2006, portanto os dados estão desatualizados, e tratar especificamente da redução que vem ocorrendo de forma geral com as taxas no país, meu objetivo é chamar a atenção para a seguinte informação, o nível de escolaridade e a renda das mulheres são inversamente proporcionais a taxa de fecundidade. Quanto maior é o nível intelectual, menor é o número de nascimentos.

Este outro quadro, agora com dados mundiais de 2014, reforça exatamente esse mesmo aspecto. Países mais industrializados, com população "mais desenvolvida" intelectualmente, tendem a apresentar taxas de fecundidade mais baixas. A taxa de reposição, por exemplo, é um valor de referência e mundialmente definido como dois filhos por mulher. Um país que tenha taxa de fecundidade abaixo deste índice apresentará envelhecimento e redução da população. Por outro lado, países com valores acima da taxa de reposição indicam falta de acesso da população a informações e serviços de saúde reprodutiva, por exemplo.

Recentemente, Giulio Meotti, Editor Cultural do Diário Il Foglio, publicou essa matéria interpretando alguns dados sobre fecundidade versus crescimento populacional na Europa. Em 2015, ocorreram 5,1 milhões de nascimentos na União Europeia, enquanto registrou-se 5,2 milhões de mortes. Foi a primeira vez na história moderna que um crescimento vegetativo negativo foi apurado na Europa. Porém, o mais surpreendente foi que, neste mesmo período, a população europeia cresceu de 508 milhões para 510 milhões, ou seja, um aumento de 2 milhões em um único ano. O que isso significa? A população na Europa passou por um processo de substituição. Europeus deram lugar a imigrantes.

A partir daqui, tomaremos a teoria de Charles Darwin como a única resposta que se pode dar sobre a evolução da vida em "nosso" planeta. Levando em conta as informações apresentadas, sobre as variáveis que impactam nas taxas de fecundidade e sobre a substituição da população na Europa, podemos inferir que o aperfeiçoamento intelectual não contribui com a perpetuação da vida, especificamente com a manutenção de nossa existência. No mínimo, a partir de determinado ponto, o desenvolvimento cerebral terá o efeito inverso, ele reduzirá os nossos números.

Desviando: Talvez o surgimento de espécies como a nossa, com um cérebro evoluído, tenha sido um risco que a Natureza "aceitou" correr. Quem sabe, ela "soubesse" que nós a devastaríamos, mas no futuro tenderíamos a um equilíbrio. Quando ela nos "criou", é possível que tivesse "previsto" que dentro de alguns milhões de anos, cenas de filmes pós-apocalípticos, como Mad Max, se tornariam realidade. Hoje, confrontando os números populacionais no planeta, mais de 7 bilhões de habitantes, contra a capacidade da Natureza em prover recursos, talvez isso só esteja há algumas décadas de acontecer.

Aliás, eu tive um professor na faculdade que dizia algo interessante. Segundo ele, nós nunca seremos capazes de destruir a Natureza. Antes, os seres humanos serão eliminados por falta de recursos em virtude da degradação ambiental. Uma vez que deixemos de existir, ou que nossa população seja consideravelmente reduzida, o meio ambiente voltará a evoluir, seja como ele era em suas épocas áureas, ou seja de uma forma completamente nova. Nós seríamos apenas mais um componente da seleção natural a ser superado pela vida.

Voltando: Portanto, quem são os fortes do ponto de vista da "lei da selva"? A mente ou os músculos? Pois foi elucubrando sobre isso que não pude deixar de lembrar do seguinte ditado, "os últimos serão os primeiros". A quem possa ter curiosidade, isso foi dito pelo mesmo autor do "Sermão da Montanha", onde constam outras citações, também pertinentes a este assunto, entre elas, "bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança".


É incrível como palavras de dois mil anos atrás soam mais atuais do que podem ter significado no período em que foram ditas. Veja se não é um paradoxo. Estas mesmas sábias palavras mostram possuir mais conteúdo do que imaginamos à medida que evoluímos intelectualmente. Em paralelo, o nosso desenvolvimento mental é carregado de consequências negativas que tendem a nos "dizimar". Ou o cérebro foi um erro, ou o erro é a forma como o estamos utilizando.

Desviando: Mario Sergio Cortella diz neste vídeo que a única coisa que um ser humano quer em sua essência é comer, excretar e descansar. Ele cita, por exemplo, que os melhores anúncios de qualidade de vida hoje são de quartos com banheiros, onde podemos, inclusive, comer nossa refeição aquecida pelo micro-ondas.

Voltando: Com a teoria de Darwin, inevitavelmente concluímos que nosso cérebro evoluiu, mas ainda com o mesmo objetivo, apenas atender melhor, e agora veladamente, aos nossos instintos. Com essa reflexão, não fica difícil deduzir que a humanidade nunca atingirá um nível mental superior. O que evolui de fato é o que construímos, mas nunca o que somos. Portanto, se Darwin estiver mesmo correto, vamos precisar de uma intervenção externa para nos tornamos pessoas melhores. Já falei mais especificamente sobre isso aqui.

"Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem."
Nicolau Maquiavel

Abraço: Ao CM que lembrou da musica da banda REM pertinentemente, dando-me a ideia de citá-la nesse texto.

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